Panorama da história da educação museal no Brasil
uma reflexão
Palavras-chave:
Educação em museus, concepções pedagógicas, trajetória da educação em museus, história da educação em museus no BrasilResumo
O interesse desse texto é menos o de fornecer um panorama da Educação em Museus no Brasil, embora aqui minimamente expresso. É, entretanto, mais o de provocar uma reflexão sobre essa área de conhecimento. Nesse sentido, foram abordados alguns momentos na trajetória de sua constituição, em que se pode identificar referencias teóricas com as quais se intentava subsidiar sua dimensão educativa e, quiçá, uma pedagogia “museal”. Com estes indícios, pretende-se estimular o atual debate sobre o assunto, que se mantém cada vez mais vigoroso. Para esta análise, parte-se do marco de 1818, com a criação do Museu Nacional (Rio de Janeiro), e realizam-se, posteriormente, algumas incursões nos duzentos anos seguintes. Nesse longo período, são destacados aspectos que podem prevalecer em diferentes momentos dos séculos XIX e XX, com consequentes ocorrências no século XXI.
No recorte temporal abordado, vão predominar ideias educacionais das décadas entre 1920 e 1940, que colocam o museu na cena do vasto campo da educação. As diferentes décadas destacadas permitem traçar um caminho para a educação nos museus brasileiros, decorrente, em muitos sentidos, do vigor de diferentes intelectuais da primeira metade do século XX. A eles se deve uma mobilização progressiva que oxigenou as concepções de educação, no sentido amplo, provocando reformas estruturais com reflexos na dimensão educativa dos museus brasileiros. O desenvolvimento do texto se fez, sublinhando, de forma breve, algumas acepções educacionais presentes nos diferentes momentos históricos da educação em museus: o método intuitivo; as abordagens da Escola Nova; a contribuição de Paulo Freire, entre outros. Sendo assim, a reflexão buscou perceber as bases teóricas que embasaram a dimensão educativa da instituição museológica que hoje se busca forjar.