A história sem vergonha do tempo
uma leitura da Política Nacional de Educação Museal (PNEM)
Palavras-chave:
Museu, História, memória, temporalidadeResumo
Este ensaio busca tecer algumas considerações sobre a Política Nacional de Educação Museal (PNEM), a partir de uma leitura interessada. Mais precisamente, na historicidade das disputas entre História, memória e Museologia no trato com a cultura material. Se Museologia e História lidam com o tempo como transformação, que tipo de tempo oferecem? A fundamentação dada pela filosofia de Paulo Freire para boa parte da PNEM colocou como linha mestra da educação museal explorar experiências temporais, em que o cronológico é um entre muitos sentidos. Tal fundamentação foi possível ao se contrapor a noções de progresso e linearidade da história oitocentista. Hoje, com o declínio da autoridade disciplinar da História e os apelos comerciais e turísticos penetrando de forma insidiosa nas instituições de preservação e patrimônio, retomar o exercício de expor as redes dessa “espécie de tempo” como simultaneidade talvez seja a única forma de resistir a seus imperativos.