Pinturas de história como discurso diplomático

Pinturas de história como discurso diplomático

Autores

  • Guilherme Frazão Conduru

Palavras-chave:

Arte no Brasil (séculos XIX e XX), pintura de história, coleções públicas, Palácio Itamaraty (Rio de Janeiro), barão do Rio Branco (1845-1912)

Resumo

O tema do artigo consiste num caso de uso político de uma coleção de arte. Durante sua gestão no Itamaraty, de 1902 a 1912, o barão do Rio Branco concebeu uma narrativa da História do Brasil baseada em pinturas de história, que adquiriu ou que estavam disponíveis na chancelaria. Com as telas Os descobridores, de Belmiro de Almeida, Grito do Ipiranga e Paz e Concórdia, de Pedro Américo, e Visita do presidente Roca ao presidente Campos Salles, de Beniamino Parlagreco, o chanceler colocou em prática um ensaio de curadoria. Começando com uma cena do “descobrimento”, a narrativa passava pela Independência e chegava à República com uma pintura alegórica e uma expressão de relações amistosas com a Argentina. Ao projetar valores como continuidade institucional e antiguidade do Estado, pertencimento à civilização ocidental, apego ao Direito e ao pacifismo, que distinguiriam a política externa brasileira, a coleção de pinturas inseria-se no discurso diplomático.

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Publicado

2021-01-18