CHRISTINA BALBÃO:

uma intelectual mediadora no campo dos museus

Resumo

O trabalho analisa indícios da trajetória de Christina Helfensteller Balbão no campo dos museus. Embora seja pouco conhecida na historiografia museal, pistas indicam uma ativa atuação desde 1933, quando iniciou seus estudos de artes plásticas, até oficialmente 1987, ano de aposentadoria compulsória (embora haja vestígios de uma atuação voluntária para além dessa data). Parte de sua história está diretamente relacionada com a fundação e consolidação do Museu de Arte do Rio Grande do Sul - Christina Balbão foi a primeira funcionária da instituição e atuou no decorrer de dezesseis gestões como técnica administrativa, com atenção para seu potencial educativo. Esse é um exercício de atribuir protagonismo a mulheres que se engajaram no campo dos museus. O estudo, em desenvolvimento, terá como aporte a análise bibliográfica e documental, ancorado no conceito de intelectual mediador(a) (GOMES; HANSEN, 2016) para compreender a articulação de muitas atribuições que Christina Balbão desempenhou: artista, professora universitária e profissional de museu. O estudo ressalta a importância de compreender a legitimação do campo dos museus a partir de experiências profissionais, uma vez que a atuação desses(as) agentes combateu diretamente a concepção limitadora de museu-guardião. Conclui-se que há uma urgência na realização de investigações que evidenciem a participação engajada de mulheres nos museus brasileiros, uma historiografia, até então, predominantemente marcada pela participação masculina.