“Quem me navega é o mar”

pesquisas colaborativas em museus, memórias de encontros e trocas transatlânticas

Autores

  • Pascale de Robert Institut de Recherche pour le Développement
  • Brigitte Thiérion Universidade Sorbonne Paris3
  • Lucia H. van Velthem Museu Paraense Emilio Goeldi

Palavras-chave:

Museologia colaborativa, coleções, pesquisa intercultural, Brasil, França

Resumo

O artigo enfoca projetos de pesquisa colaborativa, impulsionados por demandas indígenas, e questiona seus impactos sobre o funcionamento das instituições museológicas e as metodologias de pesquisa. Baseia- -se nas oficinas e encontros realizados no âmbito de três projetos que envolveram museus franceses e brasileiros, em particular o projeto Colam, que reuniu pesquisadores indígenas e não indígenas para realizar ações de reconhecimento, identificação, documentação e exposição de objetos oriundos de coleções etnográficas. As diversas edições do projeto, realizadas alternadamente em cada lado do Atlântico, assim como as experiências conduzidas pelos programas MAR e Ocara, evidenciam que a instituição museu constitui um parceiro de grande interesse para as comunidades indígenas. Em paralelo, para se transformar, o museu deve questionar e rever as metodologias de investigação e os protocolos de conservação e incorporação de acervos, com base nas demandas, na experiência e nas orientações ameríndias. O artigo discute as principais características que emergem dessas trocas de saberes, ricas em muitos aspectos, especialmente no que diz respeito à interculturalidade.

Biografia do Autor

Pascale de Robert, Institut de Recherche pour le Développement

Doutora em Antropologia Social (EHESS Paris, França) e em Ecologia tropical (ULA Mérida, Venezuela), é pesquisadora do Institut de Recherche pour le Développement (IRD) no laboratório Paloc, e docente no MNHN na França e no PPGDS do MPEG no Brasil. Fez pesquisas com indígenas Mebêngôkre, estuda metodologias colaborativas (museologia, cartografia), mudanças socioambientais e mobilizações indígenas. Coordena o projeto franco-brasileiro Colam sobre colecções etnográficas em espaços museológicos e coleções de plantas em espaços cultivados. E-mail: pascale.derobert@ird.fr | Lattes: http://lattes.cnpq. br/3751759325573833 | Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4225-4864.

Brigitte Thiérion, Universidade Sorbonne Paris3

Doutora em Literatura Brasileira, professora emérita da Sorbonne Nouvelle (2013-2024). Membro do Crepal EA3421; membro associado do Erimit (Rennes 2), e do Seminário Internacional Mundos Indígenas (Coimi). Coordenadora do projeto Ocara Bordunas França (Ocara Massues France) em cooperação com o MAC/USP. Desenvolve pesquisas sobre representações literárias do espaço americano e da Amazônia; relações história e ficção na obra de Márcio Souza; artes e literaturas indígenas (Brasil e Quebec); ativismo de mulheres indígenas na arte, literatura e política; museologia participativa. E-mail: brigitte.thierion@free.fr | Lattes: http://lattes.cnpq.br/5524155896209676 | Orcid: https://orcid.org/0000-0003-3171-0999

Lucia H. van Velthem, Museu Paraense Emilio Goeldi

Museóloga - Unirio (1972); Doutora em Antropologia Social pela USP (1995); pós-doutora EREA-CNRS – França (2006). Pesquisadora emérita do Museu Paraense Emilio Goeldi - MCTI; curadora adjunta da Coleção Etnográfica e professora do PPGDS do MPEG. Vice-presidente do Instituto de Pesquisa e Formação Indígena (Iepé). Pesquisas em Etnologia Indígena entre os Wayana e Aparai – Norte do Pará; Baré e Baniwa – Noroeste do Amazonas. Relatórios para delimitação das Terras Indígenas Rio Paru d´Este – Pará (1984) e Jurubaxi-Téa – Amazonas (2014). Publicação de 62 artigos e cinco livros destaque para: O belo é a fera. Estética da produção e da predação entre os Wayana. Lisboa: Assirio e Alvim, 2003. E-mail: luciavelthem@museu-goeldi.br | Lattes: https://lattes.cnpq.br/2078126182520381 | Orcid: https://orcid.org/0000-0003-2372-3482.

Downloads

Publicado

2025-12-23

Edição

Seção

Dossiê temático 2