Da política indigenista aos museus indígenas

notas sobre as questões emergentes entre povos indígenas, memória e museus no Brasil República

Autores

  • Eliete da Silva Pereira
  • João Paulo Vieira Neto

Palavras-chave:

Museus indígenas, descolonização, povos indígenas, museologia indígena

Resumo

Nos últimos anos, a relação entre povos indígenas, memória e museus no Brasil passou por transformações significativas, envolvendo novas questões museológicas. O artigo analisa a trajetória dessas transformações, desde a política indigenista republicana até a atual indigenização dos museus. Esse processo inclui a descolonização dos museus e a criação de museus indígenas, que funcionam como espaços de atuação cosmopolítica, afirmação étnica e fortalecimento cultural. A pesquisa, de natureza qualitativa e interdisciplinar, tem como base a investigação bibliográfica, documental e o trabalho de campo desenvolvido entre 2013 e 2024. Os resultados revelam um processo de descolonização e pluralização da museologia brasileira, em que os museus indígenas tensionam o conceito eurocêntrico de museu e desafiam narrativas hegemônicas, configurando- -se como espaços de resistência, educação diferenciada, transmissão de saberes e construção de futuros, embora enfrentem desafios epistemológicos, de sustentabilidade e de gestão.

Biografia do Autor

Eliete da Silva Pereira

Historiadora e mestre Ciências Sociais pela Universidade de Brasília (UnB) com doutorado em Ciências da Comunicação pela Universidade de São Paulo (USP). Possui pós-doutorado pelo Museu de Arqueologia e Etnologia (MAE-USP). É pesquisadora do Centro Internacional de Pesquisa Atopos da Universidade de São Paulo. Foi consultora de Memória Indígena junto ao Programa Pontos de Memória, Instituto Brasileiro de Museus, Ministério da Cultura (2015-2016). Autora do livro Ciborgues indígen@s.br: a presença nativa no ciberespaço (Annablume, 2012) e coautora das obras organizadas: Redes e ecologias comunicativas indígenas (Paulus, 2017) e Net-ativismo: redes digitais e novas práticas de participação (Papirus, 2017). E-mail: elisilva70@gmail.com | Lattes: http://lattes.cnpq. br/2632161956307005 | Orcid: https://orcid.org/0000-0002-4157-9608.

João Paulo Vieira Neto

Mestre em Preservação do Patrimônio Cultural pelo Programa de Especialização em Patrimônio (PEP/Iphan, 2011). Graduado em História pela Universidade Federal do Ceará (2005). Especialista em Estudos Avançados em Museologia pela Pontifícia Universidade Católica do Rio Grande do Sul (PUCRS, 2015). É pesquisador em Gestão de Saúde Indígena e coordenador do projeto “Tecnologias de cuidados indígenas: mapeamento participativo dos especialistas em medicinas indígenas do Ceará” (Fiocruz). Assessor da Rede Indígena de Memória e Museologia Social, colabora com diversas iniciativas voltadas à valorização dos patrimônios culturais indígenas, à elaboração de programas de formação de pesquisadores, e à constituição e gestão de acervos documentais e museus indígenas. Idealizador e coordenador do projeto Historiando. Atuou como consultor em Inventários Participativos junto ao Programa Pontos de Memória, do Instituto Brasileiro de Museus, Ministério da Cultura (2013–2016). Principal publicação: Museus e memórias indígena no Ceará. E-mail: joaopaulo.historiando@gmail.com | Lattes: http://lattes.cnpq.br/2706748569534338 Orcid: https://orcid.org/0009-0007-3462-0856.

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Publicado

2025-12-23

Edição

Seção

Dossiê temático 2